quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Um chá de Hortelã...

Todos acharam o disfarce da Ana um espanto! E a festa continuou muito animada.
O rato Manuel disse à gata Matilde, muito baixinho:
- Não vás....
Mas a Matilde aproximou-se, sem medo, do Careto que chocalhava por todo o lado.
- Preciso que me ajudes!
- Que voz é essa? - perguntou a Matilde - Nem pareces tu...
- Não pareço eu? Eu sou eu, sempre fui eu, nunca fui outra coisa.
- Oh! Ana, deixa-te de brincadeiras!
- Ana ? Qual Ana?
Alguma coisa que não estava a bater certo. Se calhar os dentinhos do rato Manuel estavam cheios de razão. A Matilde estava a ficar com medo...
- Preciso que me ajudes! - repetiu o Careto. E não fiques assustada, eu não te faço mal.
- Mas, mas... Se tu não és a Ana... Onde está a Ana?
- Não sei. Não conheço nenhuma Ana.
- Tenho de a encontrar!
- Eu ajudava-te mas não tenho tempo, não tenho tempo... Tenho um problema. Um problema muito sério! Ouve-me, por favor!
A Matilde esticou os bigodes, espetou as orelhas e ouviu com atenção:
-Lá onde eu vivo, muito longe daqui, no Norte... Há uma aldeia chamada Podense onde, todos os anos, os rapazes se mascaram de caretos, assim como eu. Mas eu sou um Careto de verdade. Sou sempre um Careto. Sou assim, desde que me lembro de mim... Vivo escondido num Bosque. Só no Carnaval posso sair e andar com todos os outros. Divirto-me tanto nesses dias!
- Mas como vieste aqui parar?
- Ai, ai, isso é uma longa história... Mas agora não tenho tempo para ta contar. Quando amanhecer, na Quarta-feira,tenho de estar no Bosque, ninguém me pode ver, ninguém!
- Mas para isso precisamos da Ana! - disse a Matilde e chamou o ratinho que veio, devagar , muito a medo, a castanholar os dentes, e foram os três à procura da Ana.
Primeiro foram a casa dela, o que foi um bom começo: a Ana estava lá, deitada na cama ecom um ar muito amarelo.
- Ainda bem que vieram! Sinto-me tão doente...
O Manuel e a Matilde não sabiam o que fazer, o Careto disse logo:
-Eu posso ajudar. Tenho aqui umas folhas de hortelã que fazem um chá muito bom.
A Ana sentiu que estava a piorar: agora via seres estranhos e coloridos que chocalhavam... Nem teve forças para dizer nada... Mas melhorou, depois de tomar o chá de hortelã! E ao saber do problema do Careto encontrou logo a solução: foram até à berma da estrada, ao lado da Floresta, e conseguiram que um camião, que transportava mercadorias para um supermercado, levasse o Careto de volta para o Norte.
Despediram-se com pena, mas ficou combinado: no próximo Carnaval, o Careto voltaria à Floresta do Chapéu Mágico! Mal podiam esperar...
Quando chegou a noite, todos adormeceram muito cansados e, claro, na Quarta-feira dormiram durante toda a manhã.
Durante o resto da semana ao encontravam a Ana diziam uns:
- Estavas muito gira!...
Outros comentavam a rir:
-Estavas assustadora!
O Manuel e a Matilde olhavam um para outro e sorriam...

Estava tudo calmo, na Floresta do Chapéu Mágico, até apareceu o Castor:
- Já viram o rio? O rio está azul! E cheira muito, muito mal!

O que teria acontecido? O melhor é eu pedir aos meninos da #sala5 para irem investigar!

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