quarta-feira, 3 de março de 2010

Um Mocho a soluçar...

- Não se mexam! - pediu a Ana - O melhor é ficarmos quietos. Vamos sentar-nos todos no chão. Tudo à nossa volta está tão pequenino que podemos provocar tremores de terra e destruir muitas coisas.
Sentaram-se. Não havia espaço para ficarem em círculo. Sentaram-se em fila. Mas estavam tão grandes que, quando o último se sentou, parecia que haver um comboio a percorrer quase toda a Floresta.
Para a Ana falar com o último da fila, por acaso era o gato Gabriel, teria de gritar muito altooo! Mas não gritou. Grande como estava o som era bem capaz de partir os vidros das janelas da sua casa... Os vidrinhos da janelinhas da sua casinha... Tão pequenina... parecia de bonecas.
Ao lado da Ana tinha ficado o ratinho Manuel. Um grande Manuel- ratão.
-E agora, Ana?- pergunta a Matilde que estava ao lado do Manuel.
A Ana andava sempre com o seu saco e de lá tirou o estojo de lápis e um bloquinho. As folhinhas e os lápis foram passando de mão em mão. Cada um escrevia o que pensava e as folhas circulavam para trás e para diante... desse modo todos trocavam ideias e quando os papéis ficaram cheios de anotações a Ana escreveu um resumo:

O Mocho era o responsável por aquela situação. O pássaro colorido ia chamar o Mocho. O mocho voava, chegaria num instante a casa da velha, toda a gente sabe que os mochos são sábios, quem melhor que ele para adivinhar o que a velha rabugenta se lembrasse de perguntar? Mas havia um problema: os mochos só voam à noite e o sol ainda estava bem alto... Iam ter de esperar o cair da noite.

E o que fariam enquanto esperavam? Não podiam mexer-se...O que valeu, mais uma vez, foi o saco da Ana. Ela tirou de lá um livro que foi passando mão em mão. Cada um cada um foi lendo um bocadinho.
Ao anoitecer chegou o Mocho.
- Amigos! Então! Que se passa?
- Mocho! Ainda bem que vieste! - E a Ana contou-lhe tudo.
- Apanharam muito Sol? Que história é essa de eu espirrar e a Floresta encolher?
- Olha, olha a minha ca...
Mas a sua casa estava do tamanho que sempre tinha tido! Aliás, tudo à volta deles na Floresta do Chapéu Mágico estava do mesmo tamanho de sempre... O que teria acontecido?
A explicação era muito simples: eles tinham ficado tão cansados de ajudar a D. Gertrudes na fabricação dos queijos que, ao chegaram à margem do rio, tinham adormecido!
Desataram a rir-se. Riram ainda mais ao verem que todos tinham sonhado, o mesmo sonho!
- Que engraçado, - diz o Gabriel - no sonho, estivemos toda a tarde a ler. Que livro seria?
- Se calhar era este: ” Alice no País das Maravilhas”- disse a Ana tirando o livro do seu saco.
- E se continuássemos?- perguntou o Pássaro Colorido.
- Eu adoro leituras! - disse o Mocho.

Leu a Ana, o Manuel, a Matilde, o Esquilo, o Pássaro Colorido...
Até o Texugo, atraído pelo cheiro do cesto dos queijos, que a D. Gertrudes lhes tinha oferecido, em agradecimento pela ajuda, apareceu e quis ler um pouco.
Quando chegou a vez do Mocho todos ficaram muito atentos,o Mocho lia sempre muito bem:

- “Alice foi à frente e o grupo nadou até à margem.
Era de facto...hic... um grupo estranho... hic... aquele...hic...que se...juntara na margem...hic...hic...hic...”
Todos tentaram ajudar o Mocho, cada um tinha uma receita para soluços. Nenhuma funcionou.
- O meu... hic... avô... dizia... hic... que... hic... se escutarmos...hic... 5 provérbios ... hic... os...hic...soluços... hic... passam...hic - disse, ou melhor soluçou o Mocho.
- Quem é que sabe muitos provérbios? - pergunta a gata Matilde
- Os meninos da escola! - responde o gato Gabriel

Meninos e meninas da #sala 5 ajudem o Mocho. Encontrem 5 provérbios para ele parar de soluçar...

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